A terapia realmente ajuda?
Afinal
de contas, fazer terapia traz algum benefício para pessoa? Quantas pessoas já
se fizeram essa pergunta antes de procurá-la. Aliás, a pergunta é deveras
pertinente, visto que a pessoa que busca pela primeira vez a terapia, não sabe
o que de fato pode ou não mudar na sua vida. Na grande maioria dos casos, a
procura ocorre por uma situação específica: perda, dificuldade no
relacionamento amoroso, medo, dentre outras. O certo é que alguma coisa
aconteceu, fez com que a pessoa fosse buscar uma ajuda. Em outras palavras, ela
não está sabendo como lidar com tal situação. Ela não está conseguindo entrar
em contato consigo mesma. A vida parece que perdeu o sentido ou algo do gênero,
daí sua procura por uma terapia. Mas que tipo de ajuda ela pode ter? E como ela
pode reconhecer seus benefícios?
Iniciar um processo terapêutico
muitas vezes não é nada fácil. Ainda mais que a pessoa vai dividir seus
problemas com outra pessoa até então desconhecida. E tal situação pode colocar
em xeque o início da terapia, uma vez que se torna importante para a pessoa
sentir-se acolhida pelo terapeuta. Por outro lado, cabe ao terapeuta aceitá-la
nas suas dificuldades para que a própria pessoa também aceite a si mesma. Desta
maneira, ela poderá entrar em contato mais direto consigo mesma. Não se trata
de interpretação, mas sim de compreensão através da presença do terapeuta. Este
“espelha” para a pessoa às emoções e os sentimentos captados na sua fala. É a
própria pessoa quem vai compreender-se ao longo das sessões.
Então a terapia pode ajudar? Claro
que pode. Só tem um detalhe importante: não basta a pessoa compreender-se a si
mesma e tudo muda. Terapia não é passe de mágica! A compreensão é o primeiro
passo para uma possível mudança. Digo possível pelo simples fato de que
qualquer compreensão que seja ainda não se configura como uma mudança, até
porque a pessoa mesmo se compreendendo pode escolher manter sua conduta já
conhecida. Torna-se então necessário o contato com o risco, pois, dessa
maneira, ela poderá criar sua própria vivência. Vivência esta que amplia uma
maior compreensão ao próprio respeito, ou seja: a cada situação que escolhe
vivenciar, poderá, de fato, reconhecer-se no seu modo de ser. Assim, a
experiência concreta passa a fazer parte da sua vida e o risco que antes era
visto como uma ameaça, agora é aceito como condição para o seu desenvolvimento
emocional. Portanto, a terapia pode ajudar, mas, antes de tudo, é preciso que a
pessoa escolha se ajudar. É preciso AGIR
para que seus benefícios sejam reconhecidos. Um forte abraço...