terça-feira, 22 de novembro de 2011

Conhecendo o mundo do cliente

         Quando escolhemos conhecer um lugar que nunca estivemos antes, procuramos informações sobre tal lugar; pesquisamos os pontos turísticos que desejamos conhecer; traçamos um roteiro de viagem, afinal de contas, queremos aproveitar o máximo daquele lugar. Podemos registrar nossos passeios com fotos ou filmagens para depois mostrarmos para nossos amigos ou familiares. Como uma espécie de prova, de comprovação de que estivemos lá. Aquele lugar escolhido então deixou de ser desconhecido e passou a fazer parte da nossa vivência.
            O cliente quando procura pela psicoterapia deseja conhecer sobre si mesmo. Ele quer conhecer sobre seu mundo interno; um mundo que ele mesmo habita, mas que muitas vezes desconhece, pois não foi visitado ainda. Dependendo do cliente, ele quer que o terapeuta indique os locais que deverão ser descobertos. O terapeuta pode recair num equívoco, acabar funcionando como uma espécie guia turístico do mundo existencial do próprio cliente. Este acaba aguardando uma explicação vinda do terapeuta para o seu comportamento. Como se terapeuta soubesse mais a respeito do mundo do cliente do que ele mesmo. A terapia nesse caso, pode se tornar intelectualizada por parte do terapeuta que interpreta toda vivência do cliente. Ao mesmo tempo em que o cliente passa a esperar uma interpretação fantástica do terapeuta. Será que desta maneira estaríamos auxiliando nosso cliente a desvelar seu próprio mundo? Acreditamos que não, pois isso seria na realidade uma construção de dependência. Dependência que o cliente passaria a ter das interpretações dadas pelo terapeuta, ou seja, a cada sessão ele já espera pela interpretação do terapeuta e assim abandona sua possibilidade de compreensão ao próprio respeito. Deixando de entrar em contato com ele mesmo, acaba não aprendendo ao próprio respeito. 
            A proposta de conhecer o mundo do cliente na psicologia existencial não ter haver com a entrada no mundo do cliente para então descobrir os mistérios insondáveis e depois interpretá-los para ele. Quando falamos em conhecer o mundo do cliente, nos referimos a conhecer como o cliente interpreta seu mundo; como ele principalmente age, atua, ou seja, seu modo de ser. O terapeuta habita o mundo do cliente para auxiliá-lo na compreensão ao próprio respeito. Ele serve como uma espécie de prolongamento existencial do cliente ou um espelho do seu comportamento. Como se o cliente reconhecesse suas intenções por intermédio da presença do terapeuta.  Chamamos essa atitude presencial do terapeuta de redução fenomenológica ou epoqué. Quando ele entra no mundo do cliente sem perder o seu próprio mundo. Ele, terapeuta, está presente para as percepções e sentimentos que o cliente provoca nele, sejam elas expressas por atitudes verbais ou não verbais. O cliente então passa a se perceber no terapeuta e com isso abre a possibilidade do próprio cliente estabelecer sua própria compreensão.
            Na psicologia existencial enfatizamos que o cliente é o melhor interprete de suas próprias emoções, pois se o mundo interno do cliente pertence a ele mesmo e não ao terapeuta, apenas o próprio cliente quem pode interpretá-lo do seu modo. Ao terapeuta, cabe o papel de co-adjuvante nessa jornada. Estar “presente” para facilitar a compreensão que o cliente deve ter ao seu próprio respeito. Quando isso acontece, podemos dizer que de fato estamos ajudando nosso cliente a construir uma compreensão dele mesmo e mais, estamos também contribuindo para ampliarmos seu nível de consciência sobre seu próprio comportamento. Percebendo-se melhor, o cliente pode entrar em contato com o seu mundo, no aqui e agora, ampliando sua consciência ao que está fazendo e como está fazendo. Com o passar do tempo, desenvolve condutas produtivas que abrem possibilidades para transformação do próprio mundo. Dessa forma, o mundo interno do cliente deixa de ser visto como objeto e passa a ser percebido como um processo que pode ser alterado a qualquer momento.                                                                       









sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sugestões de filmes

        Deixo aqui pra vocês duas sugestões de filmes: "Sociedade dos poetas mortos" e "Shine - Brilhante". O primeiro muito divulgado no contexto existencialista. O segundo, tive a oportunidade de assistir recentemente e considerei fantástico! Vale a pena dar uma conferida.
Um grande abraço...